terça-feira, 14 de abril de 2009

Classe AB sofre mais com efeitos da crise

Pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que participação da camada social caiu 2,74% apenas em janeiro.
Os brasileiros com rendas mais elevadas, integrantes da classe AB, são os mais atingidos com os efeitos do agravamento da crise financeira mundial, aponta estudo divulgado na quarta-feira (08/04) pela FGV (Fundação Getulio Vargas). No mês de janeiro deste ano, as perdas foram ainda maiores para essa parcela da população, que compreende aqueles com renda domiciliar superior a R$ 4.807 mensais, e se ampliaram para faixas de rendimento inferiores, como a classe C (com renda entre R$ 1.115 e R$ 4.807).
As classes A e B que acumulavam, nos últimos cinco anos até o período pré-crise, um aumento de 35% de participação na população brasileira, registraram queda de 2,74% somente em janeiro. Já a classe C, que havia aumentado sua participação em 25% desde 2004, no mesmo mês registrou uma perda de 2,17%.
Por outro lado, as classes mais pobres, que vinham perdendo integrantes, o que na maioria dos casos representava processos de ascensão social, sofreram movimento inverso. A classe D, que inclui brasileiros com renda entre R$ 804 e R$ 1.115, acumulava perda de 15,9% nos últimos cinco anos até a crise e somente em janeiro recuperou 3,03%. A classe E, a mais baixa da pirâmide, com renda de até R$ 804, acumulava perda de 40,3% desde 2004, e no primeiro mês deste ano subiu 6,73%.
De acordo com o economista da FGV Marcelo Neri, responsável pelo estudo, um quadro de melhorias sociais conquistadas nos últimos anos começou a ser revertido. “A imagem das mudanças na sociedade brasileira depois da crise é como um espelho que reflete o inverso do que vinha acontecendo antes da crise. Quem ganhava perde e vice-versa. A partir, principalmente de janeiro, houve uma mudança súbita de trajetória dos indicadores sociais no país”, explicou.
Ainda de acordo com o levantamento da FGV, as áreas da economia mais atingidas foram aquelas ligadas à indústria e ao setor financeiro. “Eles são os canais naturais de transmissão da crise e a partir de janeiro foram mais fortemente atingidos”, afirmou Neri.

Fonte: PropMark (www.propmark.com.br)
09/04/2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário