quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Indicação de livro: Brands (Routledge Introductions to Media and Communications)


Nesta obra, Marcel Danesi, Diretor do departamento "Semiotics and Communication", da Universidade de Toronto, apresenta um panorama que percorre o universo das marcas de sua origem à cultura do consumo das últimas décadas. 


O principais temas abordados podem ser assim sumarizados:

1) do produto à marca;
2) a marca e os signos (a "imagem da marca", aspectos verbais e visuais da marca);
3) a cultura do consumo e das marcas (análise de campanhas, discussão sobre a "lógica poética");
4) a globalização das marcas.




terça-feira, 28 de setembro de 2010

Entrevista de Gilles Lipovetsky para a Folha de São Paulo

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/805866-bem-estar-e-o-novo-luxo-afirma-filosofo-frances-gilles-lipovetski.shtml

Data de publicação: 28/09/2010 - 12h45

"Bem-estar é o novo luxo", afirma filósofo francês Gilles Lipovetsky IZABELA MOI
EDITORA-ASSISTENTE DA ILUSTRÍSSIMA

Folha - O que é "consumo de experiência"?
Gilles Lipovetsky - Vai além dos produtos que podem me trazer esse ou aquele conforto, ou me identificar com essa ou aquela classe. As razões para escolher um celular, hoje, vão além das especificações. Queremos ouvir música, tirar fotos, receber e-mails, jogar. Ter vivências, sensações, prazeres. É um consumo emocional.

Folha - Então, o que é o luxo, hoje?
O luxo, apesar de ainda existir na forma tradicional, também está mudando.
Quando buscamos um hotel de luxo hoje, não queremos torneiras de ouro, lustres. O luxo está nas experiências de bem-estar que o lugar pode oferecer. Spa, sala de ginástica, serviço de massagem. O bem-estar é o novo luxo.

Folha - Como consumir bem-estar?
Nos anos 60 e 70, quando o consumo de massa possibilitou que famílias de classe média se equipassem com produtos, o bem-estar ainda era medido em termos de quantidade. Hoje, o que está na cabeça das pessoas é o bem-estar qualitativo: a tal qualidade de vida. O que inclui a qualidade estética.

Folha - Qual a relação entre busca de bem-estar e uma sociedade mais e mais "medicalizada"?
A obsessão com a saúde e a prevenção é o lado obscuro do hiperconsumismo, gerador de ansiedade quase higienista. A quantidade de informação disponível torna o consumo complicado. Na alimentação, os consumidores estão ávidos pela leitura dos rótulos: quais são os ingredientes, de onde vêm, podem causar câncer, engordar? Há 40 anos, íamos ao médico uma vez por ano, se muito. Hoje, um indivíduo faz até dez consultas por ano. O consumo de exames, para nos fazer sentir "seguros", cresce exponencialmente. Sintoma do hiperconsumismo: queremos comprar nossa saúde.
Como vê as campanhas contra o cigarro e a obesidade?
O hiperconsumidor está preso num emaranhado de informações e ele tem muitas regras a seguir. Parar de fumar faz parte da lógica da prevenção. É um sacrifício do presente em prol do futuro. No hiperindividualismo, a gestão do corpo é central. Esse autogerenciamento permanente explica, também, a onda do emagrecimento.
Expor-se ao sol é arriscado, mas é considerado bonito ter a pele bronzeada. Privar-se de comer é privar-se do prazer. É um paradoxo que todos vivem e, por isso, no caso dessas mulheres subjugadas ao terrorismo da magreza, elas sentem culpa. As regras são contraditórias.
Qual é a saída para toda essa ansiedade?
As compras. Antes as pessoas iam à missa, agora elas vão ao shopping center. Comprar, ir ao shopping, viajar -são as terapias modernas para depressão, tristeza, solidão. Você pode comprar "terapias de desenvolvimento pessoal". Um fim de semana zen, um pacote de massagens. Todas as esferas de vida estão subjugadas à lógica do mercado.

Folha - Por que as pessoas não se sentem felizes?
O hiperindividualismo aparece quando nossa sociedade nega as instituições da coletividade. A religião, a comunidade, a política. Os deuses são os homens. O indivíduo é um agente autônomo que deve gerenciar a própria existência. Esse indivíduo pode fazer escolhas privadas -que profissão fazer, com quem se casar, o que comprar- mas está submetido às regras da globalização econômica de eficácia, de produtividade, juventude, consumo. O acesso ao conforto material, enquanto sociedade, não nos aproximou da felicidade. Há tanta ansiedade, tanto estresse, tanta angústia e tanto medo que a abundância não consegue proporcionar um sentimento de completude.

Folha - Consumimos para esquecer?
Também. Mas há um outro lado. Desenvolvemos o que eu chamei de "don juanismo" [ele cita o personagem "Don Juan", da ópera de Mozart, que "conheceu" 1.003 mulheres]. Todos nos transformamos em Dons Juans. Somos todos colecionadores de experiências. Temos medo que a vida passe ao largo. Existe um senso comum que nos diz que se não tivermos vivido tal ou tal experiência, teremos perdido nossa vida. É uma luta contra o tédio, uma busca incansável e viciada pela novidade, pela fuga da rotina.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

8º Simpósio Comunicação e Práticas de Consumo na ESPM - SP




Tema: Comunicação e culturas do consumo: imaginários e produção de sentido
Data: 29 e 30 de setembro de 2010
Local: ESPM – Auditório Renato Castelo Branco (Rua Dr. Álvaro Alvim, nº 123 - Vila Mariana - São Paulo/SP)

Nesta oitava edição do evento, o tema será Comunicação e culturas de consumo: imaginários e produção de sentido. Para tanto o PPGCOM/ESPM-SP trará os seguintes palestrantes: Roberto Igarza (Academia Nacional de Educación /Argentina), Everardo Rocha (PUC/RJ), Gisela Taschner (FGV/SP), Carmen Rial (UFSC), Ana Lúcia Enne (UFF) e Alessandra Aldé (UERJ).

Com o objetivo de promover e ampliar o debate sobre o tema, o PPGCOM/ESPM tem realizado o Simpósio Comunicação e Práticas de Consumo ao longo dos últimos sete anos. Esta iniciativa proporciona o encontro entre pesquisadores de diversas universidades brasileiras e oferece à comunidade acadêmica mais uma oportunidade para se ponderar sobre as relações entre a cena midiática atual as práticas contemporâneas de consumo. Ao longo destes anos, este evento já contou com a participação de 48 palestrantes que interagiram com uma audiência de pesquisadores doutores e em formação oriundos de programas de pós-graduação stricto sensu e lato sensu, bem como professores de graduação e profissionais do mercado interessados na reflexão e análise sobre as dinâmicas sociais do consumo, em seus múltiplos pontos de contato com o campo da pesquisa em comunicação.
Programação (PDF)

Inscrições gratuitas.

Coordenação acadêmica:
Profa. Dra. Marcia Perencin Tondato (coordenação geral)
Profa. Dra. Isabel Orofino
Profa. Dra. Tânia Hoff

Comissão executiva:
Denise Tangerino (Mestranda ESPM)
Fernanda Budag (Pesquisadora Mestre ESPM)
Rossana Orte (Secretária Assistente ESPM)

Contatos:
simposio@espm.br
(11) 5085-4689 ou 4638

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

dissertação que investiga as representações das mães e grávidas na publicidade de mídia impressa utilizando semiótica, pesquisa quali e psicanálise



A dissertação de Maria Collier de Mendonça, defendida em 2010 na PUC-SP, no programa de Comunicação e Semiótica, com orientação de Oscar Cesarotto - "Grávidas, mães e a comunicação publicitária: uma análise semiótica das representações da gravidez e maternidade na publicidade contemporânea de mídia impressa" - já está disponível para acesso on line no link:
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=10753

RESUMO
Esta pesquisa investiga como as mulheres grávidas e as mães têm sido representadas na publicidade das revistas Crescer e Pais e Filhos. Trata-se de um estudo dos modos como a publicidade tem construído o imaginário da gravidez e maternidade. Nossos objetivos foram analisar signos publicitários utilizados para representar, traduzir e sensibilizar mulheres grávidas e mães contemporâneas. Para isso, analisamos características das linguagens verbais e visuais, buscando identificar elementos comuns; ou seja, imagens, mensagens, apelos de venda, assim como, ideais, valores e sintomas culturais que se materializam nos anúncios e proporcionam trocas simbólicas com seu público consumidor. Nosso corpus de pesquisa é formado por anúncios publicitários, veiculados no Brasil no período de 2006 a 2009, nas revistas Crescer e Pais e Filhos (principais publicações do setor, segundo dados de circulação paga e participação de mercado). A dissertação inicia-se com o relato da primeira etapa da pesquisa, na qual foi utilizada a metodologia qualitativa para a realização de três discussões em grupo com mulheres grávidas ou mães, leitoras e potenciais leitoras das revistas pesquisadas, para se levantar opiniões acerca de como estas mulheres se sentiam enquanto mães e grávidas e investigar como elas percebiam os anúncios publicitários veiculados nestas revistas; prossegue com a análise semiótica dos anúncios estudados embasada na semiótica peirceana (Peirce e Santaella), contando com contribuições da psicanálise (Freud e Lacan); e tem seu desfecho apontando-se as interpretações resultantes da pesquisa de campo em diálogo com a análise semiótica

Abstract:
This study investigates how pregnant women and mothers have been represented in advertisements in the magazines Crescer and Pais e Filhos. It deals with a discussion on how advertising constructs the imaginary of pregnancy and motherhood. Our objectives were to analyze the advertising signs used to represent, translate and sensitize pregnant women and contemporary mothers. To do this, we analyzed their verbal and visual languages in an effort to identify common elements and characteristics; in other words, images, messages, and sales appeals, as well as ideals, values, and cultural symptoms which materialize in advertisements and provide symbolic exchanges with their consumer audience. Our research corpus consisted of advertisements, published in Brazil (from 2006 to 2009) in the magazines Crescer and Pais e Filhos (top publications in the sector, according to subscription and market share data). The dissertation begins with a report on the first stage of the research, in which qualitative methodology was applied to carry out three group discussions with pregnant women and mothers, who were readers and potential readers of the magazines studied, in order to survey opinions regarding how these women felt as mothers and pregnant women and investigate how they perceived the advertisements published in these magazines. Next a semiotic analysis of the advertisements is presented, based on Peircean semiotics (Peirce and Santaella), with contributions from Psychoanalysis (Freud and Lacan). Finally, the dissertation points to interpretations resulting from field study in dialogue with semiotic analysis.

domingo, 5 de setembro de 2010

Curso Colóquio de Percepção - CIEP - PUC - SP


Curso: Colóquio de Percepção
Fonte: http://www.pucsp.br/pos/tidd/ciep/eventos_coloquio.htm

Apresentação:

O Colóquio de Percepção é um Curso científico proposto em três Etapas pelo Centro Internacional de Estudos Peirceanos (CIEP, PUC-SP) e se apresenta como ambiente de intercâmbio acadêmico entre pesquisadores e estudantes de Pós-Graduação e de Graduação. A 1ª edição do curso iniciará suas atividades em outubro de 2010 e se desenvolverá em três etapas dando ênfase:
Etapa 1 (inscrição e duração trimestral): Percepção: imagem, fotografia e publicidade.
Etapa 2 (inscrição e duração trimestral): Percepção: linguagem audiovisual, moda e semiótica.
Etapa 3 (inscrição e duração trimestral): Percepção: semiótica, pesquisa qualitativa e cogniçao/percepcao.
Estudos teóricos e aplicados se complementam, dando ao participante aprofundamento em áreas culturais, de análise da imagem, das extensões tecnológicas e de pesquisa auxiliados pela semiótica.


Objetivos:
Focaliza diversas áreas sob tendência multidisciplinar e interdisciplinar. Pretende integrar discursos e focos de visão sobre os temas e seus estudos de casos.

Público-Alvo:
Profissionais de diversas áreas: pesquisadores, acadêmicos, professores, publicitários, jornalistas, artistas plásticos, designers, filósofos, cognitivistas, arquitetos, comunicadores.


Organização:
Prof. Dr. Ana Maria Guimarães Jorge (FAAP-SP).
Prof. Lucia Santaella (PUC-SP).


Idealização do Projeto:
Prof. Dr. Ana Maria Guimarães Jorge (FAAP-SP).


Direção do CIEP:
Prof. Lucia Santaella (PUC-SP), líder e presidente do CIEP
Prof. Dr. Ana Guimarães (FAAP-SP), (líder e diretora executiva do CIEP).
Prof. Dr. Priscila Borges (diretora executiva do CIEP).
Prof. Dr. Roberto Chiachiri (secretário do CIEP).
Prof. Dr. Edson Pfutzenreuter (diretor científico do CIEP).
Prof. Dr. Maria de Lourdes Bacha (diretora científica do CIEP).


Características do Projeto e Endereço: modo de trabalho presencial com todos os grupos integrados; será realizado um encontro por mês em sala da PUC Caio Prado, 102, 2º andar, sala 34, Consolação, das 14h às 16h00.
Curso com inscrições abertas em 3 etapas será oferecido a profissionais de diversas áreas, pesquisadores e estudantes.

Programa do curso: http://www.pucsp.br/pos/tidd/ciep

Link: Eventos>Colóquio de Percepção