Hoje, na sua conferência de abertura da ECA-USP, o professor da Université Stendhal - Grenoble 3, Bernard Miège, discutiu a transversalidade da Comunicação enquanto campo científico. Como debatedores, participaram Lucrecia D'Alessio Ferrara (PUC-SP), José Luiz Braga (Unisinos/RS) e Ciro Marcondes Filho (ECA-USP).
Inicialmente, Miège apresentou um panorama das ciências da comunicação, bastante próximo daquele exposto em seu livro O Pensamento Comunicacional. O professor pontuou que as diversas teorias, da cibernética à abordagem pragmática, longe de excludentes, somam-se na tentativa de compreensão de fenômenos tão diversos quanto a comunicação de massa e a Internet.
Para Miège, a comunicação seria um campo de estudo de articulação, ao entrelaçar áreas como educação, sociologia, história ou engenharia. Um pensamento que deve congregar não apenas os saberes da academia, mas também aquele provindo de jornalistas, analistas de mercado, trabalhadores da indústria de entretenimento, enfim, das várias esferas que atravessam a complexidade da comunicação. Como ressalva, o acadêmico francês recomendou à fuga de abordagens muito presas à tecnologia e pouco centradas na linguagem e no homem.
No momento do debate, Miège foi questionado por Lucrecia Ferrara e José Luiz Braga sobre qual abordagem ele propunha em oposição à “tecnicista”, mas a resposta foi vaga. Já em relação à pergunta feita por Ciro Marcondes Filho, o professor de Grenoble não deixou dúvidas: Inquirido se a comunicação não deveria resolver a questão ontológica de “qual é seu objeto” e possuir uma “teoria única, mesmo variada”, Miège foi enfático: Não. Disse o acadêmico francês que, após anos de pesquisa empírica, foi possível observar como as propostas filosófico-teóricas são, muitas vezes, incapazes de compreender o “mundo real”.
segunda-feira, 23 de março de 2009
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