No livro - "Antropológica do Espelho" - Muniz Sodré apresenta uma nova proposta sobre o objeto do campo comunicacional: para o autor, esse objeto é a vinculação humana, comunitária, que hoje se dá no âmbito de uma relação geral - aquela estabelecida pela mídia - que se finge de vínculo, esse laço sempre atravessado pelo emocional.
Muniz Sodré propõe então que vivemos hoje uma nova forma de vida - o bios midiático ou virtual, radicado nos negócios, feita de informação, espelhamento e novos costumes. Examina o ethos desse mundo midiatizado analisando a transformação das referências simbólicas com que se forma a consciência contemporânea, educacional e politicamente. Especula sobre os atuais processos de construção da realidade, da memória e identificação dos sujeitos. E apresenta a transformação das normas e valores de sociabilidade, ou seja, da Ética, por fim, discute em termos epistemológicos o campo da comunicação.
Tudo isso deixando clara a articulação entre mídia e mercado dentro da chamada globalização, mantendo ao fundo a idéia de que comunicação e mídia constituem, teoricamente, pretextos para novas descobertas sobre o social.
O autor sugere, então, uma antropologia ético-política da comunicação, que seria uma teoria do processo constitutivo do bios midiático ou realidade virtual e seu relacionamento com as formas tradicionais de vinculação social.
“Antropologia”, segundo o autor, no sentido lato sensu é a descrição das formas estruturantes de uma cultura até a lógica do agir humano dentro de uma formação social... Assim, uma “antropológica” seria a base reflexiva para uma nova posição interpretativa ‘pós- epistemológica’ e ‘pós-ontológica’ do processo comunicacional
Fonte: Revista Pesquisa Fapesp Ed 78 - Ago 2002
terça-feira, 2 de junho de 2009
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